12 de junho de 2010

Ding Dong

12 de junho – Dia dos namorados.

    Acordo. Frio, muito frio. Olho na janela e vejo as lojas e restaurantes já preparados pra esse 12 de junho. Só de pensar que vou passar esta data sozinha fico triste. Os casais passam pela rua aos beijos e carinhos. Minhas amigas iram a vários lugares com seus namorados. Meus pais estão na Grécia em sua segunda lua-de-mel. Todos felizes menos eu.

    Desço para cozinha deserta. Como algumas torradas e ligo a televisão. Filmes românticos. Nojo. Tento o radio. Especial dia dos Namorados. Credo. Pego então um de meus livros (o menos meloso). O tédio começa a tomar conta. Esse frio faz com que as coisas fiquem ainda pior. Vou ficando sonolenta, se eu não arrumar algo pra fazer agora vou pegar no sono. A preguiça não me deixa sair do lugar.

    Ding Dong.

    Quem poderá ser num dia desses? Com muito esforço me levanto do sofá e vou abrir a porta. Um motoqueiro segurando um buquê de rosas brancas (as minhas preferidas) estava ali na porta. Fiquei um segundo confusa.

    “Senhorita Luizi?” – perguntou.

    “Sim, sou eu.”

    “Um presente para a srta. Feliz dia dos Namorados” – ele me estendeu o buquê. Peguei-o. E ele foi embora me deixando ali com aquele presente em meio ao Dia dos Namorados.

    Fui até a cozinha e peguei um vaso para por o buquê. Vi um bilhete ali entre as belas rosas. Era um cartão vermelho que se destacou fácil.

    Abri-o.

“Luizi,

sei que não esperava isto neste dia, mas foi uma oportunidade que tive para te mostrar belas coisas da vida.

Você é uma pessoa maravilhosa, sabe encantar as pessoas com seu carisma natural.

Ainda me pergunto por que você passa esse dia sozinha.

Lu, você me conquistou sem esforços, e não sei se é cedo pra te dizer isto, mas eu já te amo.

Quer passar o dia comigo?

Matheus.”

    Meu coração bateu em falso. Talvez eu não passe o dia sozinha.


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