6 de dezembro de 2011

[Resenha] Os Instrumentos Mortais #3 - Cidade de Vidro - Cassandra Clare

É engraçado o que eu vou dizer, mas muitas vezes eu me vejo percebendo o quanto um habito meu é engraçado, mas eu simplesmente odeio quando vicio alguém em alguma serie de livros que eu comecei a comprar e quando chega o lançamento do ultimo livro e eu ainda não consegui comprá-lo a tal pessoa compra ele primeiro que você. Eu fico com um ciúme enorme da pessoa que dá mesmo vontade de rir de mim mesma. Piada? Não, a mais pura verdade.

Cidade de Vidro, por Cassandra Clare
Editora Galera Record
476 páginas
Minha nota: 3

Eu assumo que fui bem controlada quando esperei por Cidade de Vidro. Não fiquei louca atrás do livro e muito menos mais louca ainda quando chegou a época do lançamento. Sabem por quê? Porque sempre demora demais para chegar aqui na minha cidade. Então eu fui paciente. Paciente até demais, eu chego a dizer, tanto que aconteceu exatamente o que disse na introdução: A minha amiga – a qual apresentei a serie – conseguiu o livro antes de mim. Mas como eu sou boa em controlar meu ciúmes, acho que ela não percebeu a pontada do ódio que tive pela situação.

O livro começa exatamente aonde acaba Cidade das Cinzas, mais ou menos 1 semana depois do fim, o que eu costumo dizer dependendo da serie, me irrita. Pelo menos não é esse o caso.
                                                                
Clary acaba de descobrir a forma como acordar sua mãe, que está em um coma induzido por ela mesma a mais ou menos 1 mês, e para isso, ela precisa ir para Alicante, a cidade dos caçadores de sombras, mas Jace não está muito feliz com isso, já que o recém-descoberto poder da irmã de criar poderosas novas runas pode fazer com que os outros caçadores de sombra a desejem na linha de frente na guerra contra Valentim. E com isso ele arma para que ela fique para trás quando todos outros Lightwoods vão para Idris.

Só que nem tudo sai como esperado e Clary arruma seu jeito de ir para a capital dos Caçadores de Sombra. E com a ajuda do sensual e misterioso Sebastian Verlac ela vai atrás do bruxo Ragnor Fell, procurar a cura para a sua mãe.

Eu achei a Clary bem melhor neste livro. É fácil perceber a evolução da personagem, ela já aceita fazer parte do mundo dos caçadores de sombras. A força de vontade que ela mostra ao ir atrás do antídoto para o coma da mãe foi um grande destaque. Mas para mim, Jace não estava tão bem quanto os outros livros da serie. Achei que o que fazia para “proteger” Clary foi bem irritante, talvez pelo fato que eu odeio quando tentam proteger-me e não fiquei feliz com isso.

Sebastian é a figura nova que merece destaque. O primo dos Lightwood parece ter um papel pequeno, quase um figurante no inicio, mas com o tempo ele mostra que merece seu espaço. Ele consegue ser ainda mais sensual que Jace no seu jeito “charme parisiense” e te cativa muito fortemente, mas você não sabe suas verdadeiras intenções – e quem ele é – até o final do livro.

Cassandra Clare soube muito bem escrever esse livro, exatamente como todos os outros da série, mas não foi dizer que foi perfeito. Ela sobre dividir muito a atenção entre a guerra contra Valentim e também a tensão sexual (acho que podemos chamar assim, certo?) entre Jace e Clary. Mas eu continuo achando que ela poderia ter feito melhor. Eu sou viciada em batalhas, quanto mais sangrentas melhor, e ela prometia uma boa nesse livro, mas falhou nisso. O que ela escreveu da batalha foi bom, foi a mais excitante parte do livro, mas ela mostrou muito pouco. Ela falhou em outras coisinhas também, mas não poderei dizer por ser spoilers demoníaco (tenho de parar de fazer essas piadinhas, serio), mas digo que foi bem patético (quem leu talvez já tenha percebido do que digo).

Eu fiquei bastante triste quando peguei a capa. Ela tinha todo o brilhinho que todos os outros da série tinham – talvez um pouco mais de brilho do que o necessário – e a capa exatamente como a americana, mas ao invés de ser fosca, era envernizada. Eu amo tanto capas foscas e as de Os Instrumentos Mortais tinham ficado perfeitas daquele jeito e chega no terceiro livro, eles mudam isso. Sacanagem não é?

A tradução estava perfeita, não me lembro de nenhum errinho sequer, e nisso a Galera Record tem meu respeito.

Muita gente não sabe, mas Cassandra escreveu esse livro com a intenção de ser o ultimo da serie e como um livro fim de serie esse teve um final satisfatório.  O próximo livro da série – ou talvez o primeiro livro da segunda trilogia, como alguns o chamam, já que essa primeira trilogia se encerra em Cidade de Vidro – é City of Fallen Angels, na tradução literal, Cidade dos Anjos Caídos, lançado em abril deste ano e ela foca em Simon – por isso o chamam de segunda trilogia. Ele ainda não tem previsão de lançamento no Brasil, esperamos que seja no ano que vem, e bem rápido!

Cidade de Vidro talvez não tenha recebido nota 5 comigo, talvez não tenha sido meu livro preferido na série e talvez teve coisas que me irritaram bastante, mas isso não significa que eu não tenha amado esse livro. É meio difícil não amar algo quando Cassandra Clare o escreve tão bem.



Capas brasileiras



Capas americanas
Quotes

As pessoas acreditam no que elas querem acreditar.

***

Ele ofereceu a ela seu braço.

— Podemos?

Ela gerenciou um sorriso.

— Você é do tipo insistente, sabe.

Ele deu de ombros.

— Eu tenho um fetiche por donzelas em perigo.

— Não seja machista.

— De modo algum. Meu seus serviços também estão disponíveis para cavalheiros em perigo. É uma igual oportunidade de fetiche, — ele disse, e, com um florear, ofereceu seu braço novamente.

Dessa vez, ela o pegou.

***

Talvez esse era o porquê de ela não poder chorar, ela percebeu, fitando com o olhar seco para o teto. Por que qual era a importância em chorar quando não havia ninguém para confortar você? E o que era pior, quando você nem mesmo podia confortar a si mesmo?

***

As pessoas não nascem boas ou ruins. Talvez nasçam com tendências a um caminho ou outro, mas é a maneira como se vive a vida que importa.

Um comentário:

  1. Concordo com muito do que vc falou, mas discordo veementemente de uma coisa. A tradução dos livros está longe de ser perfeita. peguei vários erros crassos de tradução, entre eles a troca do nome Jace por Jack, No Cidade dos Ossos ou a tradução de venezianas por cortinas... Não faria diferença se, na frase as "cortinas" não fossem pintadas de azul e estivessem descascadas...

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